O endividamento dos brasileiros com o sistema financeiro nacional bateu novo recorde ao final do primeiro trimestre de 2013. De acordo com o Banco Central (BC), as dívidas das famílias correspondiam, em março, a 43,99% da renda anual. Se forem retirados da conta os financiamentos habitacionais, o comprometimento da renda mensal fica em 20,06% em março de 2013, ante 20,24% em fevereiro.

Este verdadeiro labirinto pessoal é muito mais comum do que se imagina nas famílias brasileiras. Crédito fácil , inflação acima do aumento da renda, falta de planejamento e controle das receitas e despesas da família, compulsividade, ansiedade e busca do "status quo" a qualquer preço são algumas das razões para que, em determinado ponto limite, você esteja em uma situação que chamamos de insolvente. Situação esta que pode gerar graves conflitos emocionais e até doenças físicas.
Eu mesmo já presenciei muitas pessoas neste estado, inclusive gerando mais despesas irracionais, devido à total falta de controle emocional.
Então, o primeiro passo é respirar e se acalmar. A primeira pílula que deve ser tomada em quaisquer situações de crise é sempre a da aquietação da mente. Para podermos raciocinar com serenidade. E o segundo passo, Diagnosticar sua atual situação de receitas, despesas e dívidas, Você precisa encarar o leão de frente, por mais doloroso que seja.
Bem. e agora?? Certamente o grande vilão na maioria dos casos se chama cartão de crédito. Este dinheiro de plástico nos prega peças incríveis, na ilusão de termos um dinheiro (o limite) o qual na verdade não temos. E o pior, é muito comum numa situação de dificuldade financeira ou insolvência, irmos "rolando" a dívida do cartão do crédito com apenas o pagamento do valor mínimo ( na média, 10 ou 20% da fatura). A inacreditáveis 12% a.m mais multa. Ou seja, a cada 100,00 de fatura não paga, você terá um passivo, ao final de 12 meses, de exatamente e incríveis R$ 349,85 .
Assustador não?? então as seguintes considerações devem ser seguidas nos casos de inadimplência e até que você consiga voltar à sua "normalidade" financeira :
1) Faça uma reunião com sua família ( marido, mulher , filhos maiores ou menores) e informe claramente sua situação e a importância do engajamento familiar na eliminação das dividas;
2) Dê prioridade a todas suas faturas de concessionárias de serviços que estejam em estado de corte iminente (água.luz, etc);
3) Consuma, até você conseguir uma certa estabilidade das contas, apenas o essencial, e limitado às suas necessidades básicas e da familia (alimentação, vestuário básico, escola , etc). E mesmo assim com ampla pesquisa de preços;
4) Corte imediatamente todos os serviços não essenciais como a TV a cabo e pacote de internet celular. Substitua seu plano pós pago por um pré pago ou controle;
5) Considere vender o que não for essencial neste momento, como seu carro ou do filho por exemplo, provado ser um dos maiores geradores de despesa (passivos) em nossas contas;
6) Se for o caso e se possível (quase sempre é), tente aumentar sua renda e da família com jornada e trabalhos extras e venda de produtos ou serviços que tenham alguma habilidade;
7) Suspenda imediatamente quaisquer uso de limite de cheque especial, que vem em segundo lugar, depois do cartão de crédito, na lista das dívidas mais caras ( em média absurdos 210% ao ano).
8) Vá imediatamente a seu banco e se comunique com sua operadora do cartão para renegociação da dívida atual. A maioria das operadoras de cartão aceita renegociar a valores muito menores que a dívida a faturar. Importante.... Só renegocie da forma e valores que você possa pagar. Caso seja negado, procure um orgão de defesa do consumidor e entre com um processo na Justiça Especial Cível de seu domicilio (é grátis e não precisa de advogado para ações de até 40 salários mínimos);
9) Caso as providências acima não sejam suficientes, considere tomar um empréstimo pessoal (ou consignado) para quitar suas dividas. Lembre-se da importância de pesquisar as taxas de juros e eventuais emolumentos, que podem variar absurdamente de banco para banco. Geralmente os bancos públicos oficiais tem as taxas mais atrativas ( CEF, Banco do Brasil, etc), assim como as cooperativas de crédito e fundações;
10) É sempre conveniente você contratar um coach ou consultor financeiro, caso você não se sinta apto a sair do seu labirinto pessoal. Sempre valerá a pena pelos ganhos a serem obtidos ;
Na próxima edição continuaremos a falar deste tema tão importante.
Muito bom, orientações práticas. Aguardando o próximo!
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